Simpósios temáticos
ST1 – LINGUÍSTICA FORENSE STRICTO SENSU: POSSIBILIDADES TEÓRICAS E METODOLÓGICAS (online)
Coordenação: Welton Pereira e Silva (UFF); Caroline de Araújo Pupo Hagemeyer (UNICENTRO).
A Linguística Forense já se consolida de maneira substancial nas faculdades de Letras brasileiras, buscando manter diálogo com profissionais do Direito, que se mostram cada vez mais abertos às possibilidades de contribuições da Linguística à seara jurídica. Partindo desse lugar já mais ou menos estabelecido, este simpósio busca reunir pesquisas que se debrucem sobre a Linguística Forense em sua perspectiva mais restrita, stricto sensu (Coulthard; Sousa-Silva, 2016), abarcando trabalhos que se voltem a investigar a possibilidade de aplicação das diferentes correntes teóricas dos estudos da linguagem à resolução de problemas no âmbito jurídico, seja em âmbito civil, seja em âmbito criminal. Serão aceitos trabalhos empíricos concluídos ou em desenvolvimento que abarquem um ou mais dos seguintes pontos de atuação: (i) análise ou atribuição de autoria; (ii) fonética forense; (iii) criação de perfis linguísticos; (iv) determinação de significados disputados em contratos, marcas registradas, textos jurídicos etc.; (v) análise de crimes de linguagem (Shuy, 1993); (vi) emprego de ferramentas tecnológicas em Linguística Forense. As concepções teóricas poderão ser as mais diversas, dado o caráter interdisciplinar da área, sendo aceitos trabalhos que se orientem pela Linguística Funcional, Análise do Discurso, Linguística Computacional, Linguística de Corpus, Linguística da Enunciação, Semiótica, dentre outros campos da linguística descritiva e aplicada.
Palavras-chave: Linguística Forense; Autoria; Crimes de linguagem.
ST2 – POLÊMICAS E SUCESSOS NO USO DA TECNOLOGIA E(EM) AÇÕES DE LETRAMENTO EM PRÁTICAS DE SALA DE AULA (online)
Coordenação: Nádia Dolores Fernandes Biavati (UFSJ); Natália Elvira Sperandio (UFSJ) Fernanda de Castro Modl (UESB).
O objetivo do presente simpósio é reunir trabalhos que publicizem resultados que associem letramentos às tecnologias para tensionar polêmicas e sucessos nesses usos situados na educação básica, graduação ou pós-graduação. Como exemplos de entradas para tensionamentos em contraste com o contato necessário com a tecnologia que viabiliza realmente a aprendizagem, ilustramos a centralidade de dinâmicas de poder, confluindo para reflexões em torno do ChatGPT intersectadas à terceirização da autoria ou ampliação referencial de seus limites. Regramentos advindos da interlocução, atualização e mobilização de princípios da LDB, dos PCN (1998) e da Base Nacional Comum Curricular (2018) que movimentam a problematização de tecnologias e letramentos, em desdobramentos sobre ensinar e aprender, o professor e o aluno, envolvendo os estudos cognitivos e o olhar crítico (Fairclough, 2001, 2003, 2006, dentre outros autores) de análise discursiva encontram igualmente ancoragem no simpósio. Abrangem-se as perspectivas e expectativas que muitas vezes o ensino não alcança com o uso necessário da IA, uma vez que há pouco domínio de ferramentas ou o seu uso inadequado no ensino. Nosso olhar avança para problematizações como: Até que ponto podemos usar as tecnologias e educar em um mundo que precisa preparar nossos alunos para a diversidade e as emergências gerais? Serão bem-vindos trabalhos que "saltam aos olhos", verifica(re)mos os diálogos as polêmicas por detrás da disseminação de programas e ações nem sempre alcançam alunos do mundo atual, cada vez mais ápido e múltiplo, movimentado pelo “saber fazer” da rapidez do mundo neoliberal, competitivo, individualista, meritocrático e, consequentemente, excludente.
ST3 – DIÁLOGOS ENTRE LITERATURA E DIREITO (online)
Coordenação: Nismária Alves David (UEG); Natasha Gomes Moreira Abreu (UEG).
Tanto a Literatura quanto o Direito abordam questões pertinentes ao ser humano e os seus discursos se constroem por meio de narrativas. Partindo dessa constatação, este simpósio – "Diálogos entre Literatura e Direito" – propõe uma abordagem interdisciplinar entre as áreas da Literatura e do Direito, especialmente, Direitos Humanos, a partir da leitura de obras literárias diversas, sejam clássicas ou contemporâneas. Considera-se a concepção de que os Direitos Humanos devem, necessariamente, ser inerentes à humanidade, sendo para esta os mesmos e universais, segundo Lynn Hunt. E, ainda, considera-se a ideia de Antonio Candido, que concebe a literatura como um direito indispensável à formação humana. Nessa perspectiva, o objetivo principal é o desenvolvimento da leitura crítica das obras, reconhecendo questões jurídicas nelas presentes. São esperados trabalhos que possibilitem debates sobre o enfoque selecionado, objetivando a formação humana do leitor para que venha a ser ético, crítico e isento de preconceitos, valorizando a equidade, a inclusão, a diversidade e a sustentabilidade, além de ampliar o seu repertório cultural com vistas à necessária defesa dos Direitos Humanos.
Palavras-chave: Literatura; Direitos Humanos; Formação do leitor; Formação humana.
ST4 – DISCURSOS DIGITAIS FRENTE À INTERSECÇÃO RAÇA, CLASSE E GÊNERO (online)
Coordenação: Luciana Soares da Silva (UFLA); Taynara de Paula Silva (UFLA).
As Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) têm afetado diversas esferas da sociedade, de modo a estar presente tanto nos setores economicamente produtivos quanto na vida cotidiana. Além das transformações nas relações de trabalho, com os processos de produção cada vez mais automatizados, é notável o impacto nas relações sociais, mediadas por plataformas e aplicativos, e o consumo de informações que se dá de maneira exorbitante, permeada por notícias falsas e controle do acesso a elas por meio dos algoritmos (Han, 2022). Nesse contexto, chama a atenção a disseminação de discurso de ódio, racismo e misoginia nas interações digitais, sobretudo em redes sociais e fóruns. Diante disso, o presente simpósio propõe-se a reunir trabalhos que abordem as práticas discursivas e sua interseccionalidade social, de raça e de gênero nos discursos que circulam nos meios digitais. Assim, tem-se como objetivos: (a) verificar, nos diferentes discursos digitais, as estratégias linguístico-discursivas que revelam os conflitos sociais, étnico-raciais, de classe e de gênero e (b) discutir conceitos de raça, de racismo, de etnia, de branquitude, de negritude e de gênero a partir da noção de discurso. Nesse sentido, a proposta abrange pesquisas em andamento ou concluídas que tomem o discurso como seu objeto de estudo em torno da temática apresentada, em suas diferentes perspectivas teóricas.
Palavras-chave: Discurso digital; Racismo; Gênero; Discurso de ódio.
ST5 – EDUCAÇÃO INCLUSIVA E PRÁTICAS DE ENSINO: CAMINHOS PARA UM ENSINO PLURAL E ACESSÍVEL (online)
Coordenação: Gustavo Fernandes Rodrigues (UFG).
A Constituição Federal (1988) estabelece a educação como um direito social de todos, devendo garantir o pleno desenvolvimento da pessoa, sua qualificação para o trabalho e o exercício da cidadania. Segundo a LDB (1966), o papel da escola vai além da transmissão de conhecimento e da formação para o mercado de trabalho, ela é essencial na promoção de valores humanos, democráticos e inclusivos. Inspirado nos princípios de uma pedagogia crítica de Freire (1996), este simpósio tem como objetivo reunir trabalhos que discutam a educação como um compromisso ético e político, com especial atenção às práticas pedagógicas que promovam acessibilidade, equidade e valorização das subjetividades — incluindo a EJA, conforme previsto da Resolução CNE/CEB nº1/2000. Diante da exclusão histórica de sujeitos com deficiência e de outras identidades dissidentes, propõe-se um espaço de reflexão sobre práticas de ensino alinhadas aos princípios da PNEE-PEI (2008). Compreendendo que as vulnerabilidades linguístico-discursivas atravessam tanto a estrutura da linguagem quanto o seu ensino, busca-se discutir experiências, pesquisas e estratégias didáticas que possibilitem um ensino mais justo e dialógico. Em consonância com a BNCC (2018), que valoriza a diversidade como pilar da formação integral, serão acolhidas propostas sobre: formação docente para a diversidade; tecnologias assistivas; a educação bilíngue para surdos; práticas anticapacitistas; a presença de sujeitos neurodivergentes nas salas; experiências educativas desenvolvidas na EJA e em outras modalidades e contextos da educação básica, como a educação do campo, indígena, quilombola e em espaços de privação de liberdade. Nosso objetivo é construir um espaço acadêmico de escuta.
Palavras-chave: Educação inclusiva; Formação docente; Vulnerabilidades linguístico-discursivas; Emancipação.
ST6 – EMBATES DISCURSIVOS E DESAFIOS ARGUMENTATIVOS NAS SOCIEDADES CONTEMPORÂNEAS (presencial)
Coordenação: Bruna Agapito de Oliveira (UFG); Rubens Damasceno (UFG); Tatiane Silva Figueiredo (UFG).
Considerando que a área da Argumentação remonta aproximadamente 25 séculos “apenas” na tradição Ocidental, não é difícil compreender a necessidade de explicitarmos a nossa filiação teórica. Partimos de uma perspectiva que ajusta a lupa analítica para as interações reais – não necessariamente o face a face – em que a contraposição de discursos orientadas por uma mesma questão argumentativa se faz presente (Plantin, 2008, 2016). O nosso foco está voltado para o processo argumentativo e não para o produto. E isso nos permite ampliar o nosso quadro para os estudos voltados para o discurso, especialmente com propostas que integram argumentação e discurso, como a de Ruth Amossy (2018). Também mobilizamos os conceitos de dialogismo interdiscursivo e interlocutivo (Damasceno-Morais; Emediato, 2022). O dialogismo interdiscursivo consiste na ideia de que todo o discurso evoca opiniões circulantes, visões de mundo, valores dos quais os falantes seriam (re)portadores – aproximando-se da concepção bakhtiniana de que todo enunciado é um elo na cadeia da comunicação verbal (Bakhtin, 1997). O dialogismo interlocutivo, por sua vez, consiste na interação verbal por meio da troca de turnos entre interlocutores. Ante o exposto, este simpósio tem o objetivo de reunir e discutir trabalhos voltados a esse choque de discursos, em interações diretas ou não, nas mais diversas áreas (política, jurídica, educacional etc.). Pretendemos, com isso, ampliar e fortalecer o debate em torno de estudos da argumentação e do discurso e refletir sobre a sua importância atualmente, sobretudo diante da polarização que pesa sobre as sociedades ditas democráticas.
Palavras-chave: Discurso; Sociedade; Argumentação; Dialogismo; Dialógico.
ST7 – AS CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO DO DISCURSO, VIOLÊNCIA E VULNERABILIDADE DISCURSIVA (presencial)
Coordenação: Amanda Batista da Silva (UFF); Kesley Alves de Carvalho (PUC-MG); Márcio Rogério de Oliveira Cano (UFLA); Natália Silva do Lago (UFLA).
Nosso simpósio centra-se nos estudos da relação entre história, historicidade e a produção discursiva que ecoaram e continuam ecoando em diferentes instâncias e espaços públicos. No Brasil histórico, as condições de produção contam com séculos de exclusão social da população pobre negra, feminina, indígena e muitas outras e essa exclusão tem encontrado terreno fértil por meio da polarização ideológica das últimas décadas e, especialmente, nos meios midiáticos e nas redes sociais. Assim, o nosso objetivo é debater pesquisas que tratam do discurso da violência que se marca na contemporaneidade digital e acontece a reprodução/instituição dos modos de exclusão social e de violência discursiva contra grupos estereotipados que são, no e pelos mais variados discursos, marginalizados e vulnerabilizados. Interessa-nos, pois, a partir das mais diversas materialidades significantes que se norteiam nas diferentes correntes teóricas discursivas, observar como determinados efeitos de sentidos de opressões e violências são produzidos. Considerando isso, são bem-vindas as pesquisas concluídas ou em andamento cujas propostas se debruçam sobre essa problemática, tematizando questões como racismo, xenofobia, lgbtfobia, machismo, misoginia, entre outras ligadas a grupos subalternizados, especialmente marcados pela pobreza. Por fim, o simpósio visa fomentar o debate sobre a vulnerabilidade linguístico-discursiva de grupos subalternizados e possibilitar reflexões que contribuem para uma leitura mais engajada sobre as diversas materialidades discursivas que circulam nas diversas mídias, em especial, no meio digital.
Palavras-chave: Violências; Discurso de ódio; Vulnerabilidades linguístico-discursivas.
ST8 – RAÇA, GÊNERO E SEXUALIDADE NA MÍDIA E NA CULTURA DIGITAL: DISPUTAS DE SENTIDO E REGIMES DE VISIBILIDADE (presencial)
Coordenação: Arielle de Jesus Meireles Teixeira (UFG).
Atravessado constantemente por estratégias de silenciamento e resistência, o discurso é um campo central de disputas simbólicas. Mídias como os realities, videoclipes, séries, músicas, literatura, redes sociais e influenciadores digitais operam como espaços privilegiados de construção de identidades e de (re)produção de imaginários sociais. A partir desse contexto, este simpósio temático discutirá os modos de produção de sentidos sobre raça, gênero e sexualidade na cultura midiática contemporânea. Partimos da perspectiva de que o discurso funciona como prática social e tecnologia de poder (Foucault, 1996; Charaudeau, 2006; Maingueneau, 1990, 2015): ele não apenas representa o mundo, mas o produz, regula e hierarquiza. O discurso define quem pode falar, sobre o quê e a partir de quais lugares, legitimando ou excluindo os sujeitos. Apoiados na teoria da performatividade de gênero (Butler, 2003, 2019), entendemos que as identidades são constituídas por repetições discursivas, que podem tanto reforçar quanto subverter normas sociais. Reafirmando a centralidade da linguagem no enfrentamento das desigualdades que atravessam raça, gênero e sexualidade, este simpósio acolherá pesquisas que analisem criticamente os efeitos de sentido e os regimes de visibilidade que incidem sobre corpos dissidentes. Serão bem-vindos trabalhos que explorem como as produções midiáticas mobilizam narrativas de poder, desejo, virilidade, afeto e marginalização, tensionando normas e categorias identitárias hegemônicas no contexto contemporâneo, à luz dos direitos humanos.
Palavras-chave: Análise do Discurso; Discurso e poder; Performatividade; Linguagem; Direitos Humanos.
ST9 – A TECNOLOGIZAÇÃO DOS DISCURSOS: PROCESSOS DE DESLOCAMENTO, PRODUÇÃO DE SENTIDOS E (DES)CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES NO E PELO DIGITAL (presencial)
Coordenação: Luis Felippe Soares de Carvalho (UFG); Marco Antonio Almeida Ruiz (UFG).
Há pelo menos duas décadas, vimos como certas estruturas que emergiam na sociedade abriam novos caminhos para pensarmos a realidade do digital num mundo cada vez mais globalizado. Os modos de comunicação, por sua vez, têm se transformado por conta desses deslocamentos, cuja revolução discursiva é marcada por novas possibilidades do dizer. Em outras palavras, tais recursos proporcionam uma tecnologização das interações, impulsionada pelo alcance das redes sociais e suas múltiplas ferramentas, que deixam de ser meros canais de circulação de dados, imagens e informações para se constituírem como verdadeiros dispositivos de enunciação, nos quais os sujeitos produzem e (des)constroem sentidos a partir de práticas marcadas pela multimodalidade, pelo sincretismo, pela verbo-visualidade. Observa-se uma ampliação dos modos de dizer, em que os tradicionais moldes da conversação face a face são deslocados para dinâmicas comunicacionais mediadas por dispositivos digitais, produzindo um espaço de trabalho para os linguistas, responsáveis por descrever e compreender tais movências de sentidos. Logo, esta proposta tem como objetivo reunir trabalhos que buscam, nesse espaço da memória do digital, analisar tais deslocamentos que proporcionam um novo olhar sobre a história, o social e a instância do dizer. Nos debruçaremos sobre as diferentes materialidades do virtual como forma de analisarmos esses movimentos à luz das teorias do discurso. Problematizamos teorias que são comumente discutidas em nosso grupo de pesquisa, o geted/UFG, que nos fazem (re)pensar nossa relação com essa era de tecnologias, tendo em vista sua diversa gama de algoritmos que incidem sobre como devemos nos colocar como sujeitos falantes num espaço de disputa constante, o digital.
Palavras-chave: Discurso; Digital; Geted; Multimodalidade; Redes.
ST10 – EM CONSONÂNCIA COM A REFLEXÃO DE ANTONIO CANDIDO EM “O DIREITO À LITERATURA” (online)
Coordenação: Jarbas Vargas Nascimento (PUC-SP/UFES); Ramon Silva Chaves (PUC-SP).
Em consonância com a reflexão de Antonio Candido em “O direito à literatura” - pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo que consideramos indispensável para nós é também indispensável para o próximo ( 1995, p. 122), este simpósio temático, integrado à IV Jornada Discurso, Cultura e Ensino, convida à submissão de trabalhos. Buscamos pesquisas que intersecionem o campo da Análise do Discurso de tradição francesa, especialmente as discussões de Dominique Maingueneau (2006) sobre o discurso literário, com diferentes abordagens de Direitos Humanos. Aceitamos propostas que abordem a literatura sob uma perspectiva enunciativo-discursiva, explorando sua confluência temática com a noção de direitos humanos. Embora a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), de 1948, seja o marco fundante da noção moderna de direito, este simpósio incentiva não apenas a análise de sua manifestação no literário, mas, sobretudo, a problematização desses direitos. Buscamos investigações que os revisitem à luz das dinâmicas contemporâneas do discurso paratópico de identidade, abrangendo, por exemplo, os direitos indígenas, da comunidade LGBTQIAPN+, dos negros, das mulheres, entre outros. Reconhecemos o discurso literário como uma zona enunciativa intrinsecamente problemática e de inúmeras tensões, capaz de trazer à tona e revelar situações de violação e insatisfações relacionadas a essa temática.
Palavras-chave: Discurso Literário; Direitos Humanos; Paratopia de identidade.
ST11 - AUTORIA E DIREITOS HUMANOS EM TEMPOS DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: QUESTÕES E TOPOLOGIAS DISCURSIVAS (presencial)
Coordenação: Rosangela Aparecida Ribeiro Carreira (UFG); Tatyanne Silveira da Rocha (UFG); Wéber Félix de Oliveira (UFRJ)
Este simpósio tem por objetivo fomentar discussões que envolvam diferentes aspectos topológicos do dizer (paratopias, atopias, mimotopias, retrotopias e outras) a partir de pesquisas e trabalhos que perpassam os Tecnodiscursos e os Direitos Humanos, com foco na autoria e o uso de Inteligência Artificial (IA). Para isso, parte-se das concepções de topias, atopias, paratopias e mimotopias derivadas de Maingueneau (2008), que sustentam as ideias de Carreira (2020 e 2021). O espaço digital é considerado um lugar enunciativo para delinear possibilidades de reflexão sobre o papel dos sujeitos no uso das Inteligências Artificiais em relação à interdiscursividade e intersubjetividades (Benveniste, 2005; Maingueneau, 2008), não para apresentar respostas ou modelos absolutos, mas para problematizar as interações e criações no espaço digital, levando-se em consideração a autoria e as possibilidades de fraudes, as quais afetam a integridade e os direitos de sujeitos sociais inter-atuantes. A partir das condições socio-históricas, pode-se admitir a IA como uma ferramenta digital de uso social ao alcance de uma significativa parcela de pessoas, embora ainda haja resistências para o seu uso. De alguma forma, a estranheza sobre sua utilização tem ocorrido em diferentes espaços de circulação de sentidos, uma vez que essa prática tem a potencialidade de subverter as concepções de autoria, de modo a desqualificar a presença de um sujeito-aprendiz-autor em um processo crítico de leitura e escrita. Por outro lado, é imperativo, e importante, que se compreenda as estratégias discursivas necessárias para seu uso adequado, na contramão de simplesmente negligenciar sua existência. A pura negação, outrora, significaria não reconhecer o lugar já estabelecido desta ferramenta como um espaço de expressão, de conflitos e de poder (Foucault, 2008).
Palavras-chave: Tecnodiscursos; Direitos Humanos; Inteligência Artificial; Sujeitos; Autoria.